sábado, 29 de junho de 2013

Intergeracionalidade: Trocas e elaborações processuais entre gerações

Desde 2007, acompanho nos trabalhos do Sesc do já aposentado e estimado pesquisador desta conceituada instituição neste assunto, José Carlos Ferrigno, autor de livros sobre Intergeracionalidade que até este ano de 2013, observou como é valioso o trabalho de registrar a produção cultural espontânea entre jovens e idosos, o trabalho processual entre adolescentes e idosos, por exemplo, dentro do Sesc é muito rico e comum, mas nos passa desapercebido muitas vezes!

Em 2012, numa visita técnica do Sesc em Granada na Espanha, diversos técnicos do Sesc S. Paulo, foram capacitados para este olhar de promover encontros virtuosos entre pessoas de diversas idades, saberes e fazeres, que trocam vivências, sonhos, habilidades, memórias coletivas e individuais e não se busca destes encontros valorizar o produto final e sim o grande foco fica no processo, nos saberes que se renovam e se reinventam!

Alguns coletivos de educadores de Sampa, como o Mapaxilográfico, onde Milene Valentir e Diogo Rios atuam também com este olhar inclusivo de mapear entornos, valorizar saberes e a sabedorias de todas as idades juntos!

Em diversas culturas temos a figura do velho valorizada, as cabeças cãs revelam o respeito dado ao conhecimento popular às tradições e às diversas culturas populares, como diz Marcelo Manzatti também, como antropólogo e estudioso das culturas do país e da integração entre as gerações, que é muito comum nos interiores e já perdida e enfraquecida nas grandes cidades.

Os Griôs, sábios contadores de histórias e tradições, realizam informalmente um mapeamento local, na busca pelos talentos, saberes, culturas, cantos e tradições orais entre velhos e jovens de uma mesma região.

Convivência também é um outro valor destacado neste debate realizado em março de 2012 e continuado em 2013, em abril a junho, com a vinda das inglesas do Magic Me, ONG que Suzan Langford estimula em suas pesquisas e ações em Londres, envolvendo também etnias e idades distintas neste trabalho processual de convivência e arte, com respeito às diferenças entre todos.

O Protagonismo social e a ética também surgem como intencionalidades do movimento intergeracional ao longo dos últimos anos e força dos projetos socioculturais que visam esta abordagem integrativa entre as diversas gerações.

Trocando cartas, fotos, jogos, memórias, brincadeiras, cantos, músicas, trabalhos e processos de saberes e fazeres... entre pessoas de qualquer idade é trazer para o debate, o quanto estamos fragmentando a sociedade em grupos apartados, que perdem o relacionamento humano, a dignidade, a saúde e o respeito por este motivo...

Os idosos foram na maioria, colocados para fora do círculo dos jovens e vice-versa...isso só trouxe prejuízos sociais e culturais.

Vamos nos intergeracionalizar, como era antigamente ?!!

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