domingo, 6 de março de 2011

Ano Internacional das Florestas - ONU 2011


Estamos entrando na época das águas de março novamente, tudo é cíclico...mas, parece que já caiu toda água do mundo no sudeste do Brasil desde janeiro...


(fotos: Google Imagem)


Seriam os rios voadores, percebidos por Gerard Moss*, pesquisador e aviador científico brasileiro (*primeiro piloto a testar planador movido a energia solar), associados aos desmatamentos e o aquecimento global que estariam juntos, levando a estes desequilíbrios acentuarem-se? Teria la niña e el niño (massas de ar e marítmas que ora aquecem ou resfriam o Pacífico) ampliado este fenômeno ao longo dos séculos mais recentes?

O ano de 2011, no Brasil, inicia-se marcado por grandes desastres ambientais associados às chuvas, desmoronamentos de encostas e enchentes de proporções catastróficas, rios que subiram além do costumeiro, mas fenômenos cíclicos, a retomada de margens, mortes por habitação irregular, desabrigados e vítimas da degradação ambiental na maioria das vezes causadas por desmatamentos de grandes áreas e avanço das cidades sobre as matas e florestas. Existe planejamento urbano? Há leis para proteger e conservar as Florestas? O Código Florestal de 1964 deve mesmo ser alterado como ditam os ruralistas e latifundiários que pressionam governos e Congresso? Nosso futuro comum pode ser ameaçado por interesses individuais? Os biomas não são mais um direito difuso? Opa! Como a ONU aponta este como o "Ano Internacional das Florestas", destaco aqui minha singela contribuição, na visão de que muito precisaremos fazer para preservar e conservar as florestas de nosso país! A começar pela ameaçada e reduzida Mata Atlântica, que restam apenas cerca de 3% de sua cobertura original, que ia de norte a sul de todo o litoral do país, bioma dos mais ricos em biodiversidade por metro quadrado do Planeta, poucos avanços podem ser notados quanto a sua manutenção e preservação, nestes últimos 20 anos. A concessionária de estradas e rodovias Ecovias, na imigrantes e Anchieta, procura manter parte deste patrimônio ambiental, conservando as bordas das rodovias e os serviços ambientais que este ecossietam oferece aos paulistanos e paulistas da baixada santista, mas faltam ainda APP, APAs e UCs que resguardem este ecossistema frágil e já cercado por cidades, rodovias, rodoanéis, ferrovias, represas, tubulações de gás, petróleo, redes de energia, túneis, favelas, aldeias indígenas aculturadas, quilombos resilientes às pressões culturais, portos, indústrias, turismo, vilas operárias, cidades dormitório como Paranapiacaba (Sto. André - SP), trilhas, sítos, chácaras, fazendas, hotéis, parques particulares, condomínios privados, invasões, caça ilegal, madeireiras, reflorestamentos papeleiros...lixões...conjuntos habitacionais populares... Algumas ONGs pouco conseguiram fazer para preservar e dar dignidade sustentável à região por todo litoral do país, incluindo a população paulistana e paulista que não souberam bem usar o solo e floresta de nossa terra. Hoje sabemos que a valoração dos serviços ambientais vem sendo mais difundida e entendida, que o geoprocessamento de dados mapográficos já podem nos sinalizar onde o governo e comunidades poderiam estar atuando em ações de replantio, revegetação nativa, zoneamento de habitação e plantas industriais, controle de extrativismos, como o do palmito e madeiras, onde habitar e onde não desmatar...áreas de risco e de preservação e proteção permanente... As maiores fontes de manaciais e lençóis hidrominerias do Estado estão nesta região, toda mata nativa, repertório de sementes e herbáceas de uso medicinal e a mata ciliar estão ameaçados, por mais que diversos trabalhos de etnobotânica tenham reforçado de uma década para cá estes valores socioambientais locais, fora os biomas que se estendem como ecótones (áreas de transição) como os mangues e lagamares/ estuários no litoral, que junto com a mata de frente das dunas e praias, como o jundú e as matas secundárias de embaúbas e manacás, sibipirunas, mescladas por nativas como, pau-ferro, cedros, jacarandás, jequitibás, manacás da serra e de cheiro, samambaias-açu e quaresmeiras, bromélias entre tantas outras, formam a massa verde da "muralha" da Serra do Mar, a qual ainda nos garante o rítmo das chuvas de relevo da região sudeste de S. Paulo...a vida dos caiçaras e a beleza que antes ia até a avenida Paulista, pois para quem não sabe, o Parque do Trianon é um residual de Mata Atlântica remanescente, que só por que foi preservada no passado, hoje podemos saber que já tivemos esta vegetação por todo o nosso Estado. Falta-nos conhecer o que é a "florestania", o sentido de cidadania e preservação da floresta, como um bem natural, uma riqueza e não um mero recurso comercial. O direito das comunidades das florestas poderem se apoderar deste patrimônio natural, conservando-o para o bem comum e de suas famílias, com dignidade...Isso já havia sido alertado pelos seringueiros do Acre, nos movimentos de Chico Mendes! As florestas nos prestam um serviço ambiental gratúito, quando garantem-nos água, clima, alimentos, animais e equilíbrio ambiental. Elas evitam a erosão do solo, mantêm as temperaturas locais amenas, a umidade e o ritmo das chuvas. As raízes de árvores e gramíneas protegem o solo de pancadas de chuvas intensas e assim evitam desmoronamentos, movimentação de solo e risco de assoriamento de rios, enchentes e falta de água potável. Se cada um plantasse uma árvore por ano, recuperasse seu espaço, destinasse seu lixo corretamente, não poluísse, nem consumisse irresponsavelmente, evitasse o desperdício de alimentos, de papel, madeira e matérias-primas em geral, já estariam sendo mais cidadãos e parceiros das florestas que muito nos beneficiam até hoje...compre apenas madeiras certificadas e papel com selo FSC, pratique turismo social sustentável, economize a natureza que lhe presta serviços diariamente sem nada nos cobrar, a não ser sua preservação, conservação e respeito... Adote uma praça em sua cidade ou bairro, plante, cuide do verde de sua casa, de seu prédio e em seu trabalho, seja aquele que sempre promove a sustentabilidade dos negócios e que esta consciência seja multiplicada e atue fazendo valer estes conceitos e práticas, mais do que isso... dando e sendo exemplo! Uma floresta em pé, saudável e preservada, onde dela sua comunidade tira serviços e extrai o que sobreviver, mas lembrando das gerações futuras, estará garantindo o presente e o futuro de sua região e do planeta! Verde preservado, não há dengue, falta de água ou falta de saúde! veja também: www.planetasustentavel.com.br

Um comentário:

  1. Olá Nalva! Que legal seu incentivo de educadora com suas netinhas, isso é educação ambiental! Parabéns! O Sesc Interlagos fica em área de preservação e proteção ambiental, como é um residual de mata atlântica e ciliar, acredito que o Faveiro que cita seja típico desta região sim para ser plantado, mas se permitido sempre um plantio nativo é bem vindo, muito importante sua iniciativa! Quanto ao pé de tangerina poncã de seu prédio, se a árvore não está na calçada que passa fiação, seria responsável não retirá-la ainda mais que já faz parte do equilíbrio das aves locais...seria um prejuízo! Contate a Secretaria do verde local, peça ajuda e denuncie agressões! Como é uma árvore baixa mesmo na calçada de fiação não representa riscos se podada, frutíferas já são raras nas ruas da cidade, lute mesmo por ela! Quanto ao material que vc tem, se quiser envie-me que posto por aqui com seus créditos! Sucesso!
    octavio.weber@superig.com.br

    ResponderExcluir