A Arte-Educação e a Educação Ambiental nas salas de cinema neste início do século XXI, por meio de películas cinematográficas, que logo viram DVDs disseminados pelo mundo todo, trazem cada vez mais presente a temática sócio-ambiental entremeada, de modo sutil, aberto e mesmo acessível à linguagem infanto-juvenil, ainda que, a princípio, os adultos é que captam, supostamente, mais imediatamente as mensagens e reflexões experimentadas nas cenas e metáforas áudios-visuais deste cativante e já carismático estilo de produção do cinema por animação digital.
Podemos perceber uma nova tendência em destituir atores reais e trabalhados para atender a um público exigente como as crianças e aos cinéfilos da ficção, começa a ser substituído por astros virtuais, perfeitos e virtuosos. Estes personagens são criados e lapidados com características e personalidades marcantes do universo social humano, como pessoas, animais, ou mesmo seres fictícios e mitológicos, que tem as variações essenciais de comportamento e caráter já raros no mundo globalizado. Além da perda de identidades e tradições culturais, que formam os ingredientes mágicos para detonar uma nova dimensão de questionamentos sobre a ética, a moral, a sociabilidade, a cidadania, a dignidade, o espírito de solidariedade e vida em comunidade, o equilíbrio e harmonia com o ambiente e o outro, incluindo nuances de convivência e respeito às diversidades sócio-culturais.
Assim, aqui, apenas gostaria de destacar e analisar preliminarmente este segmento do cinema contemporâneo infanto-juvenil e propor um olhar atento a este produto, não apenas como um sucesso de vendas e de bilheterias bilionárias de produtoras de cinema dos Estados Unidos, mas abordar o quão é privilegiada a ação multiplicadora em educação sócio-ambiental deste formato que nasce do cinema atual voltado aos pequeninos.
Foi no Brasil, o primeiro filme realizado com os primórdios desta técnica de animação digital, com o filme “Cassiopéia” produzido no país pela NDR Filmes Produções Ltda. e criação e direção de Clóvis Vieira, (1996), colorido e totalmente nacional, com personagens geométricos, fictícios e numa linguagem futurista e com mensagem voltada às crianças, marcou o início do que seria a febre nas poltronas das salas de cinema do Brasil e do mundo!
Ficha TécnicaTítulo Original: CassiopéiaGênero: AnimaçãoTempo de Duração: 80 minutosAno de Lançamento (Brasil): 1996Site Oficial: http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/cassiopeia/cassiopeia.asp Estúdio: NDR Filmes Produções Ltda. Distribuição: PlayArteDireção: Clóvis Vieira Roteiro: Clóvis Vieira, Aloísio de Castro, José Feliciano e Robin Geld Produção: Nello de RossiMúsica: Vicente SálviaEdição: Marc de RossiElenco (Vozes) Osmar Prado (Leonardo) Jonas Mello (Comandante Shadowseat)Marcelo Campos (Chip)Cassius Romero (Chop)Fábio Moura (Feel)Hermes Barolli (Thot)Rosa Maria Barolli (Liza)Élcio Sodré (Capitão)Flávio Dias (Imediato)Ézio Ramos (Conselheiro)Francisco Bretãs (Robô)Carlos Silveira (Engenheiro)Aldo César (Comandante intergalático) Cecília Lemos (Voz ambiente) SinopseAtenéia é um planeta pacífico, localizado na constelação de Cassiopéia, cujos habitantes vivem em perfeita harmonia. A situação muda quando invasores atacam o planeta, na intenção de drenar toda sua energia vital. Desesperada, a princesa Lisa envia sinais de socorro pelo espaço. Chip e Chop recebem o pedido e, com a ajuda de Galileu e Leonardo, partem para salvar Atenéia. PôstersImagensCuriosidades- Foi o 1º desenho animado de longa-metragem 100% digital lançado na história do cinema.- A produção de Cassiopéia teve início em janeiro de 1992, com a criação da história e o modelamento dos ambientes e dos personagens. Em 1993 teve início o trabalho de animação, concluído em agosto de 1995. A trilha sonora foi completada em dezembro de 1995 e a 1ª cópia do filme ficou pronta em janeiro de 1996.- É a estréia de Clóvis Vieira como diretor de longa-metragens. - Os personagens Liza e Leonardo receberam estes nomes em homenagem a Leonardo Da Vinci e sua obra mais famosa, a Monalisa.- A 1ª exibição pública de Cassiopéia foi realizada em 1º de abril de 1996, na cidade de São Paulo.
Quem não se lembra dos filmes de desenho animado ou mesmo os primeiros efeitos em 3D produzidos pela indústria cinematográfica nacional? Os filmes infantis como os de Maurício de Souza e a Turma da Mônica ou pequenas produções e curtas para comerciais, que já arriscavam criar ou incrementar famosos personagens brasileiros e provar do que somos capazes nesta arte! Nosso orgulho hoje é termos alguém como o brasileiro, Carlos Saldanha, na equipe de co-produção, direção e criação da Fox, pai de personagens com a humorada preguiça e o persistente esquilo de Era do Gelo (2001) “Ice Age”.
No início da primeira década do século XXI, a partir de 2001, inicia-se uma verdadeira “odisséia” ao futurismo da animação computadorizada e na era digital em estado sólido, dos DVDs e das telas de cristal líquido (LCDs) de alta resolução de imagem, sem falar nos sistemas de áudio dobli estéreo digital de alta resolução de som, despontam memoráveis e inesquecíveis obras primas como “AntZ” (FormiguinhaZ) ou Formiguinha “Z”, da Disney (2001), cor, 100min., lembrando que estas produções chegam sempre com um ano de atraso, em média, ao Brasil, mas que atualmente isso vem encurtando no tempo, em questão de meses, mesmo na chegada da obra em DVD, logo após um trimestre em média ao filme sair de cartaz no grande circuito no país, já está nas lojas e locadoras, eternizando a mensagem de cada obra e estimulando colecionares deste estilo.
FormiguinhaZ, o enredo que se passa num formigueiro de saúvas, se trata de uma animação até que simplificada, perto das mais recentes técnicas digitais, mas em seu conteúdo, provoca uma reflexão interessante quanto ao destino automatizado das formigas pela ação dos feromônios advindos da rainha, mesclando realidade e ciência com ficção por meio de revolucionárias provocações quanto a genética (verdadeiramente existem formigas de gen “Z”, altruístas) e manipulação social dos indivíduos, o espírito de sociedade, o “ser diferente” e o querer “mudar a situação” de uma realidade pré-existente. Isso nos faz pensar que os filmes infanto-juvenis deste novo século não mais subestimam a criança e mais, promovem nas entrelinhas, outras formas de ver a realidade do mundo dos adultos. Seria esta a intenção dos roteiristas, diretores e produtores da atualidade?
Bem, esta é uma das perguntas que poderíamos investigar, até mesmo para iniciarmos uma pesquisa mais acadêmica sobre este tema.
Mas, acredito que o mais interessante será apresentar uma forma de analisar e identificarmos o potencial educativo e educador de alguns filmes.
Um caminho seria perceber quais buscam abordar direta ou indiretamente questões de cunho sócio-ambiental. Outro, seria que ainda poderiam ser usados como ferramenta de incentivo, no âmbito escolar e cultural, desvinculados de filtros céticos e exigências pedagógicas que evitam apoiarem-se no cotidiano, para então auxiliar e fortalecer a eco pedagogia, bem como serem também entendidos como estratégia mitigadora, que promove educação ambiental e de modo lúdico, denuncia e pontua os erros, crimes e impactos ambientais mais recentes, causados pelo ser humano.
Um exemplo de apropriação desta temática do “eco-filme”, seria elaborarmos um conjunto de atividades que se utilizem do filme assistido, para dele tirarmos reflexões, questionamentos subliminares, pensarmos em jogos e oficinas que trabalhem os conteúdos percebidos ou não pela criança, nas cenas, transformando-os em vivências. Um outro exemplo é
Ainda em 2001 somos presenteados com “Bugs Life” (Vida de Inseto), na mesma época que vivíamos a apreensiva situação anunciada do “Bug do Milênio”, a histórica e esperada insegurança da virada de século e previsões de pane na informática mundial, surge um casamento feliz na academia de cinema, o da Pixar com a Disney. Uma animação em cor, 95min. De Andrew Stanton, que mostra com perfeição e show de técnicas digitais de encher os olhos de qualquer biólogo, com direito até à arroz (fogos) de artifícios ao final, apesar da humanização também, como em Formiguinhaz, dos personagens insetos, que aparecem só com dois pares de patas (onde deveriam ter três biologicamente), no caso das formigas apenas, que recebem o maior destaque devido à ênfase da mensagem de trabalho em equipe, as diferenças entre os grupos animais, a cadeia ecológica, o reforço de que a união faz a força de uma comunidade, inclusive no meio natural.
“Ice Age” I e II (Era do Gelo), 2001 e 2003, respectivamente, com co-direção de Carlos Saldanha do Brasil e roteiro de Michael Berg dos EUA, Fox, 81min., cor. Uma saga que mereceu a primeira dobradinha, neste estilo cinematográfico, pela tamanha façanha de brincar com tema atualíssimo por trazer à era glacial, os êxodos reais da fauna de milhares de anos atrás no planeta versus o “aquecimento global”, as mudanças climáticas mais a carência da convivência e respeito entre o homem e as demais espécies, mas tudo contado de modo sutil, engraçado e reforçando a mensagem de união, solidariedade, amizade, perdão e fidelidade.
Em “Finding Nemo” (2002), Disney e Pixar, cor, 100min. (Procurando Nemo) com roteiro e direção de Andrew Stanton, busca-se como um colírio para os olhos de qualquer um, ainda mais aos amantes da vida e biologia marinha, trazer toda cor e perfeição do ambiente oceânico, com a participação especial do filho de Jean Jacques Cousteau, Michael Cousteau, referência em oceanografia e náutica, que junto com personagens incríveis e cenários paradisíacos, mostra verdadeiras aulas de ecologia e zoologia, além de toda a trama bem bolada e coerente sobre biodiversidade, cooperação, ecologia, amor, família e valores sociais.
Nemo, é um personagem marcante e perfeito na sua mensagem de ser pai e ter um ideal de perseverar e sobreviver, como na vida real.
“KAENA – A Profecia”, um filme da Xilam Films e Studiocanal-Groupe TVA Inc. (Paris), 2003. Livre, 88 minutos, color. Direção de Chris Delaporte e roteiro de Tarik Hamdine e C. Delaporte, com músicas de Farid Russian, com vozes de Kirsten Dunst, Anjelica huston e Richard Harris, destaca uma jovem, Kaena, ousada em desafiar as crenças ancestrais de seu povo para salvar seu planeta Axis, onde uma árvore gigantesca tem em seu interior uma vila cujos moradores assistem assustados a morte da imensa planta, imploram por deuses ajudarem, mas na da acontece até que esta garota rebelde, resolve com sua energia adolescente, fazer uma arriscada viagem além das nuvens acima da copa desta árvore e descobrir o mistério que ameaça a extinção de seu povo e desta planta, descobrindo uma força diabólica nas entranhas de Axis. O filme mostra a garra dos jovens, a determinação, um mundo de sonhos, parcerias, amizades e o romper de tabus para crescer e solucionar o que nos ameaça. A ficção sempre nos reporta à realidades que desconhecemos, por nunca pararmos para pensar sobre elas!
“KIRIKU” também é outra boa proposta de filme francês e desenho de animação que com delicadeza, cores, boa música e roteiro que traz o folclore africano, o costume e crenças tribais do universo infantil, nas suas lendas que promovem a percepção de o quanto tamanho não é documento, pois o personagem pequenino Kiriku, é o herói de sua aldeia e a saga de aventurar-se a preservar a natureza e sua gente, recomendado!
Em breve, continuo esta sessão de comentários e indicações de vídeos e filmes que versam sobre temas educacionais e transversais, passando pela biologia e educação socioambiental...!
[1] Octávio Weber Neto – Biólogo graduado pela Universidade Mackenzie - FCEE e Educador Socioambiental pós-graduado pela Faculdade de Saúde Pública da USP e Técnico do SESC SP.
Podemos perceber uma nova tendência em destituir atores reais e trabalhados para atender a um público exigente como as crianças e aos cinéfilos da ficção, começa a ser substituído por astros virtuais, perfeitos e virtuosos. Estes personagens são criados e lapidados com características e personalidades marcantes do universo social humano, como pessoas, animais, ou mesmo seres fictícios e mitológicos, que tem as variações essenciais de comportamento e caráter já raros no mundo globalizado. Além da perda de identidades e tradições culturais, que formam os ingredientes mágicos para detonar uma nova dimensão de questionamentos sobre a ética, a moral, a sociabilidade, a cidadania, a dignidade, o espírito de solidariedade e vida em comunidade, o equilíbrio e harmonia com o ambiente e o outro, incluindo nuances de convivência e respeito às diversidades sócio-culturais.
Assim, aqui, apenas gostaria de destacar e analisar preliminarmente este segmento do cinema contemporâneo infanto-juvenil e propor um olhar atento a este produto, não apenas como um sucesso de vendas e de bilheterias bilionárias de produtoras de cinema dos Estados Unidos, mas abordar o quão é privilegiada a ação multiplicadora em educação sócio-ambiental deste formato que nasce do cinema atual voltado aos pequeninos.
Foi no Brasil, o primeiro filme realizado com os primórdios desta técnica de animação digital, com o filme “Cassiopéia” produzido no país pela NDR Filmes Produções Ltda. e criação e direção de Clóvis Vieira, (1996), colorido e totalmente nacional, com personagens geométricos, fictícios e numa linguagem futurista e com mensagem voltada às crianças, marcou o início do que seria a febre nas poltronas das salas de cinema do Brasil e do mundo!
Ficha TécnicaTítulo Original: CassiopéiaGênero: AnimaçãoTempo de Duração: 80 minutosAno de Lançamento (Brasil): 1996Site Oficial: http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/cassiopeia/cassiopeia.asp Estúdio: NDR Filmes Produções Ltda. Distribuição: PlayArteDireção: Clóvis Vieira Roteiro: Clóvis Vieira, Aloísio de Castro, José Feliciano e Robin Geld Produção: Nello de RossiMúsica: Vicente SálviaEdição: Marc de RossiElenco (Vozes) Osmar Prado (Leonardo) Jonas Mello (Comandante Shadowseat)Marcelo Campos (Chip)Cassius Romero (Chop)Fábio Moura (Feel)Hermes Barolli (Thot)Rosa Maria Barolli (Liza)Élcio Sodré (Capitão)Flávio Dias (Imediato)Ézio Ramos (Conselheiro)Francisco Bretãs (Robô)Carlos Silveira (Engenheiro)Aldo César (Comandante intergalático) Cecília Lemos (Voz ambiente) SinopseAtenéia é um planeta pacífico, localizado na constelação de Cassiopéia, cujos habitantes vivem em perfeita harmonia. A situação muda quando invasores atacam o planeta, na intenção de drenar toda sua energia vital. Desesperada, a princesa Lisa envia sinais de socorro pelo espaço. Chip e Chop recebem o pedido e, com a ajuda de Galileu e Leonardo, partem para salvar Atenéia. PôstersImagensCuriosidades- Foi o 1º desenho animado de longa-metragem 100% digital lançado na história do cinema.- A produção de Cassiopéia teve início em janeiro de 1992, com a criação da história e o modelamento dos ambientes e dos personagens. Em 1993 teve início o trabalho de animação, concluído em agosto de 1995. A trilha sonora foi completada em dezembro de 1995 e a 1ª cópia do filme ficou pronta em janeiro de 1996.- É a estréia de Clóvis Vieira como diretor de longa-metragens. - Os personagens Liza e Leonardo receberam estes nomes em homenagem a Leonardo Da Vinci e sua obra mais famosa, a Monalisa.- A 1ª exibição pública de Cassiopéia foi realizada em 1º de abril de 1996, na cidade de São Paulo.
Quem não se lembra dos filmes de desenho animado ou mesmo os primeiros efeitos em 3D produzidos pela indústria cinematográfica nacional? Os filmes infantis como os de Maurício de Souza e a Turma da Mônica ou pequenas produções e curtas para comerciais, que já arriscavam criar ou incrementar famosos personagens brasileiros e provar do que somos capazes nesta arte! Nosso orgulho hoje é termos alguém como o brasileiro, Carlos Saldanha, na equipe de co-produção, direção e criação da Fox, pai de personagens com a humorada preguiça e o persistente esquilo de Era do Gelo (2001) “Ice Age”.
No início da primeira década do século XXI, a partir de 2001, inicia-se uma verdadeira “odisséia” ao futurismo da animação computadorizada e na era digital em estado sólido, dos DVDs e das telas de cristal líquido (LCDs) de alta resolução de imagem, sem falar nos sistemas de áudio dobli estéreo digital de alta resolução de som, despontam memoráveis e inesquecíveis obras primas como “AntZ” (FormiguinhaZ) ou Formiguinha “Z”, da Disney (2001), cor, 100min., lembrando que estas produções chegam sempre com um ano de atraso, em média, ao Brasil, mas que atualmente isso vem encurtando no tempo, em questão de meses, mesmo na chegada da obra em DVD, logo após um trimestre em média ao filme sair de cartaz no grande circuito no país, já está nas lojas e locadoras, eternizando a mensagem de cada obra e estimulando colecionares deste estilo.
FormiguinhaZ, o enredo que se passa num formigueiro de saúvas, se trata de uma animação até que simplificada, perto das mais recentes técnicas digitais, mas em seu conteúdo, provoca uma reflexão interessante quanto ao destino automatizado das formigas pela ação dos feromônios advindos da rainha, mesclando realidade e ciência com ficção por meio de revolucionárias provocações quanto a genética (verdadeiramente existem formigas de gen “Z”, altruístas) e manipulação social dos indivíduos, o espírito de sociedade, o “ser diferente” e o querer “mudar a situação” de uma realidade pré-existente. Isso nos faz pensar que os filmes infanto-juvenis deste novo século não mais subestimam a criança e mais, promovem nas entrelinhas, outras formas de ver a realidade do mundo dos adultos. Seria esta a intenção dos roteiristas, diretores e produtores da atualidade?
Bem, esta é uma das perguntas que poderíamos investigar, até mesmo para iniciarmos uma pesquisa mais acadêmica sobre este tema.
Mas, acredito que o mais interessante será apresentar uma forma de analisar e identificarmos o potencial educativo e educador de alguns filmes.
Um caminho seria perceber quais buscam abordar direta ou indiretamente questões de cunho sócio-ambiental. Outro, seria que ainda poderiam ser usados como ferramenta de incentivo, no âmbito escolar e cultural, desvinculados de filtros céticos e exigências pedagógicas que evitam apoiarem-se no cotidiano, para então auxiliar e fortalecer a eco pedagogia, bem como serem também entendidos como estratégia mitigadora, que promove educação ambiental e de modo lúdico, denuncia e pontua os erros, crimes e impactos ambientais mais recentes, causados pelo ser humano.
Um exemplo de apropriação desta temática do “eco-filme”, seria elaborarmos um conjunto de atividades que se utilizem do filme assistido, para dele tirarmos reflexões, questionamentos subliminares, pensarmos em jogos e oficinas que trabalhem os conteúdos percebidos ou não pela criança, nas cenas, transformando-os em vivências. Um outro exemplo é
Ainda em 2001 somos presenteados com “Bugs Life” (Vida de Inseto), na mesma época que vivíamos a apreensiva situação anunciada do “Bug do Milênio”, a histórica e esperada insegurança da virada de século e previsões de pane na informática mundial, surge um casamento feliz na academia de cinema, o da Pixar com a Disney. Uma animação em cor, 95min. De Andrew Stanton, que mostra com perfeição e show de técnicas digitais de encher os olhos de qualquer biólogo, com direito até à arroz (fogos) de artifícios ao final, apesar da humanização também, como em Formiguinhaz, dos personagens insetos, que aparecem só com dois pares de patas (onde deveriam ter três biologicamente), no caso das formigas apenas, que recebem o maior destaque devido à ênfase da mensagem de trabalho em equipe, as diferenças entre os grupos animais, a cadeia ecológica, o reforço de que a união faz a força de uma comunidade, inclusive no meio natural.
“Ice Age” I e II (Era do Gelo), 2001 e 2003, respectivamente, com co-direção de Carlos Saldanha do Brasil e roteiro de Michael Berg dos EUA, Fox, 81min., cor. Uma saga que mereceu a primeira dobradinha, neste estilo cinematográfico, pela tamanha façanha de brincar com tema atualíssimo por trazer à era glacial, os êxodos reais da fauna de milhares de anos atrás no planeta versus o “aquecimento global”, as mudanças climáticas mais a carência da convivência e respeito entre o homem e as demais espécies, mas tudo contado de modo sutil, engraçado e reforçando a mensagem de união, solidariedade, amizade, perdão e fidelidade.
Em “Finding Nemo” (2002), Disney e Pixar, cor, 100min. (Procurando Nemo) com roteiro e direção de Andrew Stanton, busca-se como um colírio para os olhos de qualquer um, ainda mais aos amantes da vida e biologia marinha, trazer toda cor e perfeição do ambiente oceânico, com a participação especial do filho de Jean Jacques Cousteau, Michael Cousteau, referência em oceanografia e náutica, que junto com personagens incríveis e cenários paradisíacos, mostra verdadeiras aulas de ecologia e zoologia, além de toda a trama bem bolada e coerente sobre biodiversidade, cooperação, ecologia, amor, família e valores sociais.
Nemo, é um personagem marcante e perfeito na sua mensagem de ser pai e ter um ideal de perseverar e sobreviver, como na vida real.
“KAENA – A Profecia”, um filme da Xilam Films e Studiocanal-Groupe TVA Inc. (Paris), 2003. Livre, 88 minutos, color. Direção de Chris Delaporte e roteiro de Tarik Hamdine e C. Delaporte, com músicas de Farid Russian, com vozes de Kirsten Dunst, Anjelica huston e Richard Harris, destaca uma jovem, Kaena, ousada em desafiar as crenças ancestrais de seu povo para salvar seu planeta Axis, onde uma árvore gigantesca tem em seu interior uma vila cujos moradores assistem assustados a morte da imensa planta, imploram por deuses ajudarem, mas na da acontece até que esta garota rebelde, resolve com sua energia adolescente, fazer uma arriscada viagem além das nuvens acima da copa desta árvore e descobrir o mistério que ameaça a extinção de seu povo e desta planta, descobrindo uma força diabólica nas entranhas de Axis. O filme mostra a garra dos jovens, a determinação, um mundo de sonhos, parcerias, amizades e o romper de tabus para crescer e solucionar o que nos ameaça. A ficção sempre nos reporta à realidades que desconhecemos, por nunca pararmos para pensar sobre elas!
“KIRIKU” também é outra boa proposta de filme francês e desenho de animação que com delicadeza, cores, boa música e roteiro que traz o folclore africano, o costume e crenças tribais do universo infantil, nas suas lendas que promovem a percepção de o quanto tamanho não é documento, pois o personagem pequenino Kiriku, é o herói de sua aldeia e a saga de aventurar-se a preservar a natureza e sua gente, recomendado!
Em breve, continuo esta sessão de comentários e indicações de vídeos e filmes que versam sobre temas educacionais e transversais, passando pela biologia e educação socioambiental...!
[1] Octávio Weber Neto – Biólogo graduado pela Universidade Mackenzie - FCEE e Educador Socioambiental pós-graduado pela Faculdade de Saúde Pública da USP e Técnico do SESC SP.
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