domingo, 27 de maio de 2012

ANO INTERNACIONAL DAS FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA - 2012

No ano Internacional das fontes de energia renovável, as energias limpas, podemos dizer que nada de avanços concretos tivemos no Brasil, a não ser a polêmica noção de que investirmos nas hidroelétricas apenas, por serem um projeto de produção limpa de energia elétrica, mas que hoje sabemos que os impactos socioambientais são tão grandes e incalculáveis quanto os demais meios de produção de energia...

Em outras palavras, nossa existência, nos padrões atuais de conforto e tecnologias de automação e produção no planeta obrigam e pressionam a tomadas de decisão sempre urgentes e com muitos equívocos, pois sempre causarão impactos ambientais, sociais e econômicos brutais!

Somos 7 bilhões de habitantes sobre a superfície deste querido planeta Terra, o país com a maior população no momento, que é a China, tem apenas mais de 1 bilhão destes habitantes em seu território ou já migrando...as decisões deste país são de consumo imediatista, mega produção para crescimento e enriquecimento a qualquer custo...usam todos os tipos de produção de energia, incluindo carvão!

A matriz energética do Brasil é apenas mais limpa, por ser essencialmente de hidroelétricas, mas precisamos investir na verdade em um leque maior de opções de matriz energética renováveis, limpas e sustentáveis...uma delas que pouco investimos é a eólica (dos ventos), a solar então é absurdamente combatida e os argumentos são criminosos, pois nos lugares do país onde mais temos sol o ano todo, são ditos como lugares de baixo índice de interesse em energias alternativas como a solar por chover demais, como Amazonas e Pará! Isso é um exemplo de como é tendenciosa a mídia e os investimentos sempre se concentrarem nas zonas comerciais e de alto consumo e produção por consequência, mas esquece-se de que poderiam ser polos produtores de energia limpa! Baixo impacto socioambiental!

Belo Monte é um exemplo, junto com Balbina e Angra I e II de investimentos equivocados, falta de ouvirem e respeitarem as comunidades locais, desrespeito à sabedoria popular local em detrimento de geração irresponsável e desnecessária de energia para ser escoada para outras regiões do país e da América Latina! Podendo ser outras soluções energéticas mais limpas e menos impactantes...

Após o tsunami e o acidente no japão em Fukushima, ficou evidente que até mesmo em um país exemplar quanto a seriedade e boas práticas éticas com relação à população, governo e meio ambiente, tiveram o maior problema de vazamento nuclear de sua usina litorânea (vulnerável como Angra) da história do país e no mundo atual, revelando que a tomada de decisão sobre a matriz energética dos países que se desenvolvem nesta década, será fundamental esta responsabilidade na escolha de novas matrizes limpas!

Mesmo o álcool da cana de açucar é um exemplo atual de engano velado, pois o combustível é limpo, sua produção é eficiente, mas no campo, nas lavouras e cana com suas queimadas, o trabalho quase escravo de alguns boais-frias, a falta de dignidade no trabalho do meio rural mostram outra faceta antes não revelada deste custo socioambiental, desta tal economia verde que mascara e enfumaça a sociedade a saber o que de fato há por detrás de cada tomada de decisão...

As escolhas que fizermos hoje, definirão nosso futuro e o de nossos filhos...
O que estamos fazendo por eles? Como estamos educando os filhos do amanhã?
Como o consumismo e a desconexão com a realidade, neste mundo cada vez mais virtual trarão de benefícios ou sequelas irrecuperáveis em nossa cultura?

As fontes de energia renováveis e limpas estão presentes no avião, na fórmula 1, nos carros que somos assediados a consumir ou eventualmente usar...ou no metrô que pegamos todos os dias, nos trens de viagem que elogiamos na Europa, mas que aqui não existem...? Onde está a discussão sobre tudo isso?

Quem conhece Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP, sabe muito bem que os índices de partículas de chumbo na gasolina brasileira são um dos piores do mundo, o que respiramos no clímax das inversões térmicas em São Paulo, nos congestionamentos dá para matar um cardiopata!

O que a Saúde Pública tem a ver com este debate sobre energias limpas e renováveis? Tudo! Pois, a partir das escolhas que fizermos poderemos melhorar e muito a qualidad de vida das pessoas, termos mais transportes públicos coletivos movidos por água, eletricidade, gás natural, biodiesel e mesmo álcool, desde que mudemos a forma de produção do álcool nas lavouras, desde que reduzamos bastante o consumo de gasolina e derivados...! Ah, mas e o Pré-Sal? Como ficará?

Pois é, esse é outro tema essencial nas discussões da Rio + 20, pois se tudo caminhar para futuras extrações de óleo, gás e petróleo, isso não deverá ser a principal fonte do país, os royaltes em questão por estes direitos de extração, deverão se transformar em benefícios à sociedade, com educação de base, saúde de qualidade e pública, transportes públicos e renda familiar, empregos etc, mas se a ganância e corrupção se valerem destas riquezas naturais de modo irresponsável, o prejuízo será ainda maior! Por isso que muitas vezes é melhor não decidirmos por estas fontes não-renováveis e poluentes, pois já começamos errado! temos muitas outras formas de desenvolvimento, mas que dependem de um olhar ou melhor de vários olhares, da opinião pública nas decisões para serem sustentáveis!

Não adianta termos créditos de carbono para gastar ou negociar, dentro de uma visão simplista de economia verde, pois o princípio de poluidor-pagador e de compensação ambiental, são medidas mitigadoras que acabam por deseducar os consumidores e às indústrias, pois criaram uma noção que posso consumir sem limites, pois alguém está deixando de se desenvolever, deixando de crescer, deixando de usufruir e viver com qualidade por mim...por minha empresa, por meus atos e por minha irresponsabilidade! É isso que ninguém quer discutir, pois revelará o pior do sistema econômico atual, que é o egoísmo com nome de liberdade!

Por isso, comece em sua casa a pensar diferente, viabilize a reciclagem de seu lixo, eduque seus filhos com limites, evite o consumismo, reduza a escolha de embalagens descartáveis, avalie se precisa mesmo ter carro próprio, você pode alugar um, alugar a vaga de sua garagem, usar metrô, taxi, carona ou, se tiver que ter um, escolha o menos nocivo ao seu ambiente, seja solidário e responsável, escolha um flex, opte pela melhoria dos transportes públicos você sairá ganhando também, poupe os bens naturais, não desperdice, nem deixe as pessoas desperdiçarem nada, troque lâmpadas e equipamentos domésticos pelos mais eficientes e econômicos quanto ao consumo de energia, os mais duráveis e com logística reversa de resíduos, escolha eletrodomésticos de baixo consumo de energia, não compre brinquedos pirata, sem garantia de saúde e segurança, com pilhas mesmo que alcalinas, muitas vezes são produzidos por crianças escravizadas e exploradas!!! Tudo isso parece bobagem, mas é o mundo que é calado, passa como se tivese que existir e pronto, incomoda comentar e pensar nisso, mas passa por nós consumí-los e fazer parte desta cadeia produtiva insustentável e danosa aos próximos anos que virão! Tudo tem um preço, inclusive nosso egoísmo e cegueira!  Vamos ficar atentos às alternativas e escolhas de fontes energéticas que surgirão! Boas energias à todos! Renovando ares e pensares!

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